A parceria entre Tecassistiva e Microsoft no evento “Acessibilidade 4.0 – Expandindo Horizontes para pessoas com deficiência da alfabetização à vida profissional”, revelou novidades na inclusão das pessoas com deficiência visual nas Redes de Ensino. 

Celebrando o Setembro Verde de 2019, mês da inclusão, o evento foi dirigido a profissionais de Educação e profissionais de RH. E contou com a participação de instituições que são referência em Inclusão da Pessoa com Deficiência.  

Um dos destaques do debate foi o gestor e professor Júlio Della Corte, da Rede Municipal de Ensino de Campinas. Ele veio apresentar o Cepromad – Centro de Produção de Material Adaptado para Educação Especial, que tem oferecido acessibilidade às escolas de maneira inovadora.

Inaugurado em 2016, o Cepromad não apenas oferece a produção de materiais didáticos, mas também oferece recursos de autonomia para os alunos poderem acessar por si mesmos os livros, Internet e outras fontes de informação. Equipado com lupas eletrônicas, linhas Braille e máquinas fusoras, o Cepromad tem apoiado os alunos de Campinas para ter acessibilidade em Braille, texto ampliado e imagens táteis, das salas de recursos para as bibliotecas e, em especial, nas salas de aula.

Equipado com lupas eletrônicas, linhas Braille e máquinas fusoras, o Cepromad tem apoiado os alunos de Campinas para ter acessibilidade em Braille, texto ampliado e imagens táteis, das salas de recursos para as bibliotecas e, em especial, nas salas de aula
No lugar das máquinas de escrever Braille, essa nova era de acessibilidade digital tem representado mais produtividade na vida dos alunos, desde o ensino fundamental. O professor Júlio Della Corte destaca que os alunos deficientes visuais logo se acostumam a esse padrão de alta produtividade. “É sempre necessário ter ao menos um equipamento adicional no Ceprmoad, pois para ter bom desempenho nas aulas, cada aluno, em diversas escolas, não pode ficar sem” afirma o professor.

Vivência em sala de aula

O professor Della Corte trouxe as professoras Aldinária Martins e Eliete Faria para partilhar sua vivência em sala de aula. Como exemplo, Aldinária relatou a experiência da aluna Sofia, hoje no segundo ano do ensino fundamental.

Os próprios colegas de sala notaram a diferença, passaram  a verificar o quanto Sofia é capaz de ler e escrever. As crianças ficaram admiradas com o potencial da leitura Braille, mesmo de textos na Internet. A professora conta que “as crianças achavam que era mágica”, comemora.

Aldinária e Eliete resolveram então apresentar o trabalho da Sofia à classe, aos demais professores e também à família. A aluna Sofia passou a ser requisitada por toda a turma para ler e participar das atividades junto aos colegas. “A menina que era tímida passou a ser a mais popular da classe”, comemora Eliete. “E a professora que ficava nervosa com o barulho ruidoso da máquina de escrever Braille mecânica, virou uma grande aliada da aluna”, completa.